quinta-feira

Zé Ramalho, literalmente, um show

O show de Zé Ramalho foi, como a própria palavra revela, um show.

Nada que surpreenda. Nada de que já não se tenha conhecimento. Nada a acrescentar.

Em uma das edições do Rock in Rio, a apresentação do artista, juntamente com a prima Elba, foi considerada, pela crítica, o melhor show entre os artistas nacionais e um dos melhores de todo o evento. As novidades, pelo menos pra mim, ficaram por conta da nova roupagem que o Zé deu a alguns clássicos da MPB, como foram as interpretações de “Viver e não ter a vergonha de ser feliz”, de Gonzaguinha e “Caminhando”, de Geraldo Vandré. Daí pra frente, o repertório viajou pelos grandes hits que consagraram Zé Ramalho como um dos grandes artistas deste país que, infelizmente e aos poucos, vai sendo embalado pela melodia do lucro fácil de estilos musicais nada afeitos com o real significado da palavra “ARTE”. A poesia na arte de Zé Ramalho é de berço, o nordeste brasileiro que pariu Patativa do Açaré, Elomar, Ariano Suassuna, Jorge Amado, Luis Gonzaga e Gonzaguinha, Alceu Valença, Chico Anísio, Belchior, o clã dos Caymi, os Novos Baianos e por aí a trilha é longa.

E a babaquice da noite ficou por conta do locutor do evento que, em tom quase orgástico, anunciou que o público presente ao evento era de 30.000 pessoas. Aí eu chego em casa e assisto 20 minutos finais do jogo do Santos, pela Libertadores, e o repórter de campo anuncia o público presente ao Pacaembu: 31.000 pagantes e público total de 33.000 torcedores. Aí eu pensei: esse repórter deveria ser demitido por passar uma informação tão descabida.

E a gafe da noite ficou por conta da programação musical que antecedeu o show. Que mau gosto.

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